10 coisas que escritores não sabem sobre as florestas – parte 2

em sábado, 15 de dezembro de 2018


Como eu tinha falado no post 10 Coisas que Escritores não sabem sobre as florestas traduzido do original no blog do Dan Kobolt [10 Things Writers Don’t Know About The Woods], além do próprio artigo escrito pelo Dan Kobolt, tem muita coisa interessante nos comentários, então fiz um apanhado geral para vocês. Notem que em alguns tópicos há observações de mais de uma pessoa.

O post ficou gigante, então dividi mais uma vez. A parte 3 está semi-pronta e deve sair em uma semana.

Divirtam-se! =D

Cavalos x Florestas
- Bom, se correr na floresta já era improvável, imagina cavalgar. Você tem MUITA sorte se conseguir um trote lento, e para isso seria em uma trilha em uma distância bem curta, em uma trilha conhecida – embora o mais comum é andar devagar em trilhas.

- Andar a cavalo fora de uma trilha é pedir para ter um tornozelo quebrado. Talvez, talvez você até consiga ir guiando devagar se for particularmente cuidadoso e conseguir enxergar super bem o chão. Se bem que a maior parte das trilhas é tão pequena, estreita, com pedras e etc, que você não vai conseguir fazer mais do que guiar um cavalo. 


- Ainda sobre trotar, dependendo do tipo de floresta, se deixar o cavalo ir no ritmo dele, eventualmente é possível – com o cavaleiro cavalgando com a cabeça baixa, encostada no pescoço do cavalo para evitar galhos mais baixos. Aparentemente se o cavalo conhecer a mata melhor do que você, te odiar e quiser te jogar das costas dele passando por lugares estreitos (que servem para te arranhar também) é uma outra opção. Não é particularmente inteligente, mas, hei, nem todos os personagens são prudentes.

- Galopar em uma floresta é simplesmente ridículo. O único lugar seguro para galopar é um lugar enorme de terreno limpo.

Outros animais
- As cobras podem ser as piores coisas. Dei de cara com algumas em matas abertas. Eu odeio que elas nunca sejam mencionados em livros.

Eu moro na propriedade ancestral da minha família - eu ando pela floresta todas as noites para a casa do meu primo. Minha tia, meu avô e eu fomos todos mordidos por cascavéis. Eu também já fui mordido por outras cobras, incluindo cobras-rato - olhe para cima em algum momento e preste atenção, elas não são completamente noturnas e elas caçam em árvores, assim como no chão (pássaros, morcegos e ovos). Não se preocupe - elas podem atacar violentamente e atacar várias vezes, mas não são venenosas. É como ser atingido na perna com uma bola de beisebol (pelo menos pra mim foi - a cobra tinha cerca de um metro e vinte, então era forte). Uma cascavel parece um tiro, presumo - nunca fui atingido por uma arma, mas acho que pareceria assim. [...] As cobras atacam por baixo, quase sempre - então proteja suas pernas, especialmente pés e tornozelos.

- Eu costumava amar caminhadas na floresta (e ainda amo), mas eu não as faço com tanta frequência ultimamente. Existem alguns lobos e linces onde eu morava. Meu amigo realmente viu lobos de longe várias vezes durante o inverno. 

No entanto, são os ursos que realmente me incomodam. Sempre houve ursos e, mesmo que eu não estivesse realmente preocupada com a possibilidade de encontrá-los quando eu era mais novo, agora eu começo a entrar em pânico facilmente se estou sozinho na floresta. Não ajudou o fato de um urso ter atacado um cavalo menos de meia milha de distância da casa dos meus pais uns anos atrás. E no verão passado eu até vi rastros de urso em um caminho lamacento na floresta. Eu me sentiria mais seguro se eu entrasse nas florestas durante o inverno, quando os ursos estão dormindo, mas geralmente há muita neve para fazer isso...

Alías, sobre Aranhas
Paquistão
Foto de G1
- Já notou que se você jogar luz em uma clareira depois que anoitece vai ver pequenas coisas brilhando ali? Olhos. Olhos de aranhas refletem. 

Além disso, dar de cara com uma teia é uma coisa, mas tem algumas árvores tão envelopadas em teias que parecem enfeitiçadas e brilham na luz. A cada passo, dezenas de aranhas corriam. Centenas, milhares.


Falando em correr na floresta
- Eu já corri na mata, mas precisa de paciência e pensamento rápido. E resignação sobre o fato que você provavelmente vai torcer o tornozelo e tomar um tapa na cara de galhos... e espinhos. Ai, os espinhos. Eu fico atenta a essas malditas coisas e mesmo assim acabo 'rasgada'. Eu juro que eles se esticam para pegar humanos desprevenidos só porque eles são idiotas.

- A floresta em que eu cresci (Polônia) é diferente. Nós podíamos correr por ela, embora frequentemente tropeçávamos em raízes e caíamos. Ela parece com o tipo de floresta que os autores falam.

- Ah, eu já corri pela floresta. Escute minha história antes de balancar a cabeça. Eu sempre vivi na Flórida, sempre com pelo menos meia milha de profundidade de floresta por perto. Eu vivia "explorando". Fui curada.

Aquelas aranhas que comentaram ali em cima, imagine a aranha de jardim, aquela amarela, tão grande quanto o seu punho, aparecendo na sua perna. Repito: na sua perna. Eu tinha 13 anos e achei que ia morrer. Sim, eu corri pela mata gritando e chorando. Torci meu tornozelo em uma de várias quedas e rasguei quase totalmente minhas roupas (parte galhos rasgando, parte eu tentando me livrar de peças em que a aranha ainda poderia estar). 

Mas quando você está correndo tentando salvar a sua vida, você consegue correr na floresta. Você tropeça bastante na mata rasteira, muitos galhos acertam seu rosto e arranham seus braços e pernas. Ah, e palmeiras jovens não apenas arranham você, elas cortam. De todo modo, junte uma menina de 13 anos e uma aranha e terá um super-humano, porque enquanto eu corria não senti o tornozelo torcido, os arranhões ou cortes, não fiquei cansada pela corrida... na verdade, eu não conseguia parar de correr quando cheguei ao meu quintal. Imagino que isso tenha muito a ver com a adrenalina circulando quando você tem medo de morrer. [...] 

Então eu acho que em algumas circunstâncias, um personagem, quando correndo do vilão ou cheio de adrenalina poderia correr na floresta desde que ele tropeçasse, caísse em raízes, fosse arranhando por galhos. Desde que ele não saia ileso, então não é tão fora da realidade.

- Correr em trilhas de veados e cabras é possível aqui na Nova Zelândia, mas nosso terreno é bastante irregular, e eu já torci o tornozelo vezes demais para contar.

- Animais podem correr pela mata, mesmo com grande velocidade, mas eu também já vi meu cachorro correndo e acertando a cara direto em uma árvore...




E aí, estão gostando dos comentários? Tem mais na próxima postagem, não percam!

Veja os outros posts dessa série:
10 coisas que escritores não sabem sobre as florestas – parte 1


P.S. Imagens para fazer essa postagem vieram de:
- Enchentes no Paquistão provocam espetáculo de teias de aranha em árvores - 06/04/2011
- Demais imagens: pixabay.com



6 comentários , comente também!

  1. Me perdoe, mas eu ri um pouco!
    Admito que se fosse eu no lugar da pessoa teria desmaiado ao ver a aranha na minha perna, e as milhares na árvore? Cruzes! Passo longe!
    Sou uma jovem escritora (13 anos), e estou tentando melhorar, isso foi de grande ajuda já que estou escrevendo sobre florestas no momento, então, muito obrigado! Já estou indo ver as outras partes.

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    1. Não sou muito fã de aranhas também, não rsrsrsrsr
      Que bom que foi útil!

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  2. Estou maratonando esses posts sobre florestas, eles são puro ouro (e entretenimento XD Tadinha da menina da aranha e do cachorro que bateu na árvore, mas eu ri)

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    1. Que bom que está achando útil! Eu sou suspeita pra falar, achei o post tão legal, que pedi autorização para traduzir rsrsr
      (não posso falar nada, tb ri rsrsrs)

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  3. Post super útil! Creio que também servirá para a minha história, não chega ser uma floresta, a propósito é um bosque, mas acho que não faz muita diferença né?!

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    1. Que bom que gostou!
      Olha, acho que tudo depende do tamanho e do tipo de vegetação.

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